Markus faz tudo isso com propriedade quando nos mostra sua delicadeza no trato com o outro, com o próximo. “Mais um dia de sua vida nua de social, crua de não ter nada” é a radiografia de Raimundo; personagem central de sua obra. Apenas um poeta com a sutileza de Markus para nos formar na mente a imagem em que “os raios dos aros refletiam ao toque do sol”. Apenas um poeta com o entendimento da preservação da vida poderia fotografar em palavras a cena na qual o cão “Fumaça estava garboso com suas orelhas quebradas sobre os olhos”. É justamente esse poeta quem nos ensina a simplicidade do falar com Deus ao descrever a oração de mãe Maria: “Vê a tristeza de meu filho? Vê meu Jesus? Ele tem tão pouco... E ainda lhe é tirado”. Markus é sentimento, coração, transcendência e razão. Libra é carrossel de letras, emoções, imagens e sons.
Markus me faz lembrar Émile Benveniste: “O homem sentiu sempre e os poetas frequentemente cantaram o poder fundador da linguagem, que instaura uma sociedade imaginária, anima as coisas inertes, faz ver o que ainda não existe, traz de volta o que desapareceu.”
André Arruda Plácido é graduado em Relações Públicas, Jornalismo e Teologia. Especialista em Comunicação e Liderança em Missões Mundiais pelo Haggai Institute de Cingapura. É fotógrafo, cronista, radialista, professor da rede pública do Estado de São Paulo e do Seminário Teológico Batista Nacional.
O autor tem uma sensibilidade fora do comum!!!!!
ResponderExcluir